
Liderando do meio? Dimensionando a liderança das potências intermediárias nas organizações [...]
Rev. Carta Inter., Belo Horizonte, v. 17, n. 1, e1223, 2022
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esses e outros países incontestes, os valores atuais foram escolhidos. Os grupos
resultantes constam no Quadro 2.
Quadro 2 — Classificação das potências que lideraram ao menos uma OI
entre 1975-2017
Classificação País
Potências mundiais Alemanha, Estados Unidos, França, Japão, Reino Unido*.
Potências
intermediárias
África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica,
Brasil, Canadá*, China*, Coreia do Sul*, Dinamarca, Espanha, Finlândia,
Grécia, Holanda, Índia, Irã*, Irlanda*, Itália*, Kuwait*, México, Nova
Zelândia, Portugal*, Rússia*, Suécia, Suíça, Turquia*.
Potências menores
Argélia, Bulgária, Camarões, Chile*, Egito, El Salvador, Equador, Etiópia,
Fiji, Filipinas, Gana, Jordânia, Líbano, Mali, Marrocos, Nigéria, Noruega,
Panamá, Paquistão, Peru, Quênia, Senegal, Serra Leoa, Sri Lanka, Sudão,
Tailândia*, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda.
Fonte: elaborado pelos autores a partir do WPI. Países com (*) oscilaram entre categorias.
Sendo os limiares fixos, mas os países livres para aumentarem ou diminuírem
seu WPI com o passar dos anos, segue-se que, ao longo da série, alguns migram
entre categorias. Esses casos estão reunidos na Figura 1. Em sua maioria, são
países que orbitam em torno do limiar ou alteraram sua classificação apenas
momentaneamente (Canadá, Itália, Irlanda, Kuwait, Portugal, Reino Unido e
Turquia). Apesar de o Chile, o Irã e a Tailândia terem tido alterações consideráveis,
os grandes destaques são a China, a Coreia do Sul e a Rússia.
Pequim e Seoul possuem uma trajetória notadamente ascendente: a
primeira indo de potência intermediária até mundial (transição em 2010) e a
segunda de menor a intermediária (1978), com curva especialmente acentuada,
aproximando-se, nos últimos anos, do limiar de 820. A Rússia, por sua vez,
descendeu de potência mundial a intermediária em 1986, apenas 5 anos antes
da dissolução da URSS. Linhas verticais no gráfico destacam três datas julgadas
importantes para a discussão proposta: 1991, 2001 e 2008, por representarem,
respectivamente, o fim da Guerra Fria, os atentados de 11 de setembro e a crise
financeira de 2008.