Pan-africanismo e relações internacionais: uma herança (quase) esquecida
DOI:
https://doi.org/10.21530/ci.v11n1.2016.347Resumo
Este artigo traz uma análise de alguns conceitos centrais da herança Pan-africanista, visando torná-la mais conhecida ao campo de Relações Internacionais no Brasil. Em particular, a Teoria das Relações Internacionais.
Ele é dividido em duas partes. Inicialmente, faz-se uma definição e uma breve contextualização desta herança. Para isto, se revisita suas origens e, mais importante, seu período de consagração Pós-Segunda Guerra Mundial, quando ela foi repensada por uma geração consagrada de intelectuais africanos e caribenhos. Na segunda parte do texto, busca-se referendar a tese primordial deste ensaio. Ela defende que, para além da diversidade de contribuições específicas que tais autores/ativistas trouxeram para uma compreensão menos eurocêntrica do mundo e, portanto, das relações internacionais, existe também um núcleo central que pode ser visto como uma característica original do Pan-africanismo. Este núcleo é formado por quatro ideias primordiais, que aparecem ali de forma inter-relacionada: a) personalidade; b) solidariedade; c) libertaçã; d) integração.
A partir desta análise, defende-se que, embora o Pan-africanismo tenha suas especificidades teóricas, sua própria história e contextualização, ele também possui uma contribuição universal que precisa ser melhor estudada, pois é parte integrante e atual das lutas dos povos do Sul por sua auto-afirmação.
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