Paradiplomacia como Política Externa e Política Pública: modelo de análise aplicado ao caso da cidade do Rio de Janeiro

Autores

  • Leonardo Mercher Centro Universitário Internacional
  • Alexsandro Eugenio Pereira Universidade Federal do Paraná

DOI:

https://doi.org/10.21530/ci.v13n2.2018.790

Resumo

O presente artigo argumenta que estudos de paradiplomacia devem se aproximar dos estudos de política externa quando investigada como política pública. Essa seria uma estratégia para análise das práticas e estratégias das cidades nas relações internacionais. Os rendimentos analíticos dessa estratégia podem ser observados por meio de um modelo dimensional de análise de paradiplomacia como política externa e política pública. Esse modelo é proposto
neste artigo e aplicado ao estudo empírico da cidade do Rio de Janeiro, no período de 1993 até 2016. O modelo sugere cinco dimensões explicativas nas análises da paradiplomacia: gestão política; mercado; institucional; internacional; e epistêmica. A aplicação desse modelo à cidade do Rio de Janeiro permitiu identificar as dimensões mais relevantes no caso específico da cidade — as dimensões política e de mercado —, enquanto que a variável partidária,
defendida por outros pesquisadores do campo como de alta capacidade explicativa, pouco interferiu nos resultados observados durante a pesquisa.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGUIAR, Laudemar; MENDES, Anna Carolina; SPADALE, Pedro. A inserção internacional do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: CEBRI Artigos, 2014. Disponível em <http://www.cebri.org/portal/publicacoes/cebri-artigos/a-insercao-internacional-do-rio-de-janeiro>. Acesso em 15/04/2018.

ALLISON, Graham. Conceptual Models and the Cuban Missile Crisis. The American Political Science Review, Volume 63, Issue 3, setembro de 1969, p. 689-718.

CGLU, Cidades e Governos Locais Unidos. Level of decentralization by country, 2016. Disponível em <https://www.uclg.org/sites/default/files/plantilla_regiones_en.pdf> Acesso em 15/04/2018.

CRIEKEMANS, David. How subnational entities try to develop their own ‘paradiplomacy’. The case of Flanders (1993-2005). International Conference Challenges for Foreign Ministries: Managing Diplomatic. Networks and Optimising Value. Geneva, Maio, 31 – Junho, 1, 2006.

DUCHACEK, Ivo. Perforated Sovereignties: Towards a Typology of New Actors in International Relations. In: Michelmann, H.J. and Soldatos, P. (Eds.) Federalism and International Relations: the role of subnational units Oxford: Claredon Press, 1990, p. 01-33.

DYMENT, David. Substate Paradiplomacy: the case of the Ontario Government. In HOCKING, Brian (org.). Localizing Foreign Policy: Non-central Governments and Multilayered Diplomacy. Londres e Nova York: Macmillan and Saint Martin’s Press, 1993.

DYMENT, David. The Ontario Government as a International Actor. Londres: Regional & Federal Studies, vol. 11, n. 1, 2001, p. 55-79.

FEARON, James. Domestic politics, foreign policy, and theories of international relations. Annu. Political Science, 1998, p. 289-313.

GAYARD, Nicole Aguilar; VIGEVANI, Tullo. A paradiplomacia na Cidade de São Paulo: uma análise da atuação do município no contexto internacional. São Paulo: Centro de Estudos de Cultura Contemporânea (CEDEC), 2006/2007.

HOCKING, Brian. Localizing Foreign Policy: Non-central Governments and Multilayered Diplomacy. Londres e Nova York: Macmillan and Saint Martin’s Press, 1993.

HUDSON, Valerie; VORE, Christopher. Foreign Policy Analysis Yesterday, Today, and Tomorrow. Mershon International Studies Review, vol. 39, issue 2, out. 1995, p. 209-238.

LAISNER, Regina. A democracia em rede: a URB-AL e os processos de cooperação internacional para a implantação da democracia participativa local. In: VI Encontro Internacional do FoMerco, Aracajú, 2007.

MERCHER, Leonardo. Paradiplomacia do Rio de Janeiro: variáveis explicativas à política externa de uma cidade. Tese de Doutorado apresentada no Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Paraná em 16 de dezembro de 2016. Disponível em <http://www.cienciapolitica.ufpr.br/ppgcp/wp-content/uploads/sites/4/2017/02/Tese-Leonardo-M%C3%A8rcher.pdf>. Acesso em 15/04/2018.

MILNER, Helen; KEOHANE, Robert. Internationalization and Domestic Politics. Cambridge: Cambridge University Press, 1996.

MILNER, Helen. Interests, Institutions and Information: Domestic Politics and International Relations. Princeton: Princeton University Press, 1997.

ONUKI, Janaina; OLIVEIRA, Amâncio Jorge. Paradiplomacia e Relações Internacionais: a experiência da cidade de São Paulo. São Paulo: Centro de Estudos das Negociações Internacionais, USP, série working paper, maio de 2013.

PE. Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro: Rio sempre Rio. Rio de Janeiro: Prefeitura Municipal/Imprensa da Cidade, 1996.

PE. Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro: Rio 2000. Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imprensa da Cidade, 2002.

PE. Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro: Cidades da Cidade. Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imprensa da Cidade, 2004.

PE. Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro: Rio Pós 2016: o Rio mais integrado e competitivo. Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imprensa da Cidade, 2009.

PE. Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro: Rio Pós 2016: o Rio mais integrado e competitivo. Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Imprensa da Cidade, 2013.

RATTON SANCHEZ, Michelle; SILVA, Elaine; CARDOSO, Evorah; SPECIE, Priscila. Política externa como política pública: uma análise pela regulamentação constitucional brasileira (1967-1988). Curitiba: Revista Sociologia Política, n. 27, p. 125-143, novembro de 2006.

ROSENAU, James. The premises and promises of decision-making analysis. Nova York: Contemporary Political Analysis, Free Press, p. 189-211, 1967.

ROSENAU, James. Turbulence in world politics. Nova Jersey: Princeton University Press, 1990.

SALOMÓN, Mónica. Teorias e enfoques das Relações Internacionais: uma introdução. Curitiba: Intersaberes, 2016.

SALOMÓN. Mónica. Seminário Internacional Agendas e Atores: perspectivas do Norte e do Sul. Mesa 2: América Latina. Rio de Janeiro: Instituto de Relações Internacionais, PUC-Rio, 08-09 de setembro de 2011. Formato audiovisual entitulado: Mesa América Latina – Monica Hirst (parte ½). Duração 11 minutos e 17 segundos. Disponível em <<https://www.youtube.com/watch?v=hlMZjYOIx8I>> por AgenPolExterna em 25/04/2011. Acesso em 14/04/2018.

SALOMON, Mónica; NUNES, Carmen. A Ação Externa dos Governos Subnacionais no Brasil: Os Casos do Rio Grande do Sul e de Porto Alegre. Um Estudo Comparativo de Dois Tipos de Atores Mistos. Rio de Janeiro: Contexto Internacional, vol.29, n.1, pp. 99-147, 2007.

SALOMÓN. Mónica; PINHEIRO, Letícia. Análise de política externa e política externa brasileira: trajetória, desafios e possibilidades de um campo de estudos. Revista Brasileira de Política Internacional. Brasília, vol. 56, p. 40-59, 2013.

SÁNCHEZ, Fernanda. A Reinvenção das cidades na virada do século: agentes, estratégias e escalas de ação política. Revista de Sociologia e Política, p. 31-49. Curitiba: UFPR, Edição: Cidade e Poder, n. 16, jun., 2001.

SARAIVA, Enrique. O Conceito de Política Pública. In: SARAIVA, Enrique; FERRAREZI, Elisabete. Políticas Públicas: coletânea vol. 1. Brasília: Escola Nacional de Administração Pública, 2007, p. 19-42.

SASSEN, Saskia. The Global City: New York, London, Tokyo. Nova Jersey: Princeton University Press, 1991.

SASSEN, Saskia. Sociologia da globalização. Porto Alegre: Artmed, 2010.

SEGURA, Caterína García. La participación de las comunidades autónomas españolas en las relaciones internacionales. Reflexiones sobre la presencia internacional de las comunidades autónomas históricas: Cataluña, Galicia y el País Vasco. In. VIGEVANI, Tullo et al. A dimensão subnacional e as Relações Internacionais. São Paulo: Educ/Unesp/EdUSC/FAPESP, 2004.

SOLDATOS, Panayotis. An Explanatory Framework for the study of Federated States as Foreign Policy Actors. In: MICHELMANN, Hans; SOLDATOS, Panayotis. Federalism and International Relations. The role of subnational Units. Oxford: Clarendon Press, 1990, p. 34-53.

SOUZA, Celina. Políticas Públicas: uma revisão da literatura. Sociologias, Porto Alegre, ano 8, n. 16, jul./dez., 2006.

VAINER, Carlos. Os liberais também fazem planejamento urbano? Glosas ao “Plano Estratégico da Cidade do Rio de Janeiro”. In: ARANTES, Otília; VAINER, Carlos B.; MARICATO, Ermínia. A cidade do pensamento único; desmanchando consensos. Petrópolis: Vozes, 2001, p. 105-120.

VIGEVANI, Tullo. El marco jurídico e institucional para la gestión internacional de los actores subnacionales gubernamentales em Brasil. Integración & Comércio, n.21, p. 27-46, 2004.

WALTZ, Kenneth. Theory of International Politics. New York: McGraw Hill, 1979.

WENDT, Alexander. Anarchy is what States make of it: the social construction of power politics. International Organization, 46 (spring), 1992, p. 391-425.

WHITE, Brian. The European Challenge to Foreign Policy Analysis. European Journal of International Relations, 1998, p. 35-66.

Downloads

Publicado

2018-10-05

Como Citar

Mercher, L., & Pereira, A. E. (2018). Paradiplomacia como Política Externa e Política Pública: modelo de análise aplicado ao caso da cidade do Rio de Janeiro. Carta Internacional, 13(2). https://doi.org/10.21530/ci.v13n2.2018.790

Edição

Seção

Artigos